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domingo, 29 de maio de 2011

100,000
92,175

92,175 pessoas assinaram a petição. Nos ajude a conseguir 100,000

As idéias racistas e homofóbicas do Deputado Jair Bolsonaronão são uma questão de opinião pessoal, elas são perigosas.

250 pessoas foram assassinadas no Brasil ano passado por serem gays. Enquanto já existem leis para proteger outras formas de discriminação, pessoas GLBT não tem nenhuma proteção legal.

Vamos erguer nossas vozes mais alto que o Bolsonaro e mostrar que os brasileiros apoiam a lei anti-homofobia que irá ampliar as proteções contra a violência e discriminação para todos os brasileiros!Assine a petição agora, ela será entregue em Brasilia em uma grande manifestação pela lei anti-homofobia!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mais uma do Jair Bolsonaro

Nos tempos de hoje lutamos contra a violência... mas segundo ao nosso queridissimo deputado JAIR BOLSONARO o certo é ENFIAR A PORRADA!!! Ta ai a educação brilhante q ele dá aos filhos... Que lástima!!!


"moleque que vem com comportamento delicado dava-lhe uma porrada logo no começo pra mudar o caminho dele e acabou, é a minha maneira de ser. Se não gostar que se exploda."


'Sou obrigado a elogiar a Dilma', diz Bolsonaro sobre suspensão de kit

Deputado é crítico de conteúdo e já havia distribuído panfletos 'antigays'. Segundo Gilberto Carvalho, presidente achou vídeo 'inapropriado'


O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) elogiou a decisão da presidente Dilma Rousseff de suspender a divulgação do 'kit anti-homofobia' nesta quarta-feira (25). "Veio bastante tarde, mas vou ser obrigado a elogiar a Dilma. Comecei nessa briga desde novembro do ano passado, apanhei muito ao longo disso aí, fui acusado de um monte de coisa, racista, homofóbico, mas chegaram à conclusão de que eu tô certo. [...] A Dilma deu um passo atrás porque 90% da população está contra essa proposta.", disse o deputado à reportagem, por telefone.

O kit, que incluía três vídeos e um guia de orientação aos professores, e já havia sido aprovado pela Unesco, estava sendo elaborado pelo Ministério da Educação para distribuição nas escolas. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse, após reunião com bancadas religiosas, que "o governo entendeu que seria prudente não editar esse material que está sendo preparado no MEC."

"Esse material dito didático para combater a homofobia na verdade estimula o homossexualismo. E o público-alvo não pode ser primeiro-grau, garotada de 6, 7 anos de idade. Imagina essa garotada vendo os filmes, ia ter menino chegando em casa, o Pedrinho chegando em casa: 'Papai, to namorando o Joãozinho' e o pai: 'o que é isso?' 'não, eu vi num filme que diz que menino que namora menino tem 50% mais de chance de ser feliz do que menino que namora menina'. Fica difícil você aceitar um material dessa natureza.", disse o deputado. Bolsonaro já havia mandado distribuir panlfetos "antigays" nas ruas do Rio de Janeiro.

"Esse material todo foi confeccionado por grupos LGBT. Você acha que grupos LGBT vão querer acabar com o homossexualismo nas escolas ou vão querer ter mais gente no time deles? [...] Qual pai tem orgulho de ter um filho gay? É um demagogo, quem já tem que vai dizer que tem. Comigo, no começo, como já falei, moleque que vem com comportamento delicado dava-lhe uma porrada logo no começo pra mudar o caminho dele e acabou, é a minha maneira de ser. Se não gostar que se exploda."

Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Dilma vai se reunir nesta semana com os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Saúde, Alexandre Padilha, para tratar do material didático. As informações são do G1.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Entrevista DEDILHADAS - dia 12/05/11




Quando começou o Dedilhadas?

(Samantha) O dedilhadas.... Você quer saber datas específicas... O dedilhadas começou em agosto (risos). Você quer saber como surgiu a idéia. Eu tinha assistido vlogs do naipe tipo PC Siqueira assim... O “Mais Pôxa vida” e achei tudo aquilo muito divertido e fazia tempo que eu não trabalhava com vídeo, minha formação é Radio e TV, mas eu sempre trabalhava com isso, e aí eu comentei com a Rô porque só a gente de todas as nossas amigas tinha essa possibilidade de “botar” a cara no vídeo e família nunca... no máximo falar assim: Poxa acho que não foi uma boa idéia entendeu? Mas não ter briga não ter escândalo, nem nada assim. Daí falei com Rô que a gente deveria criar um negócio assim e ela adorou: Porque né ...aparecida! (risos).

(Roberta) Não sou aparecida.

(Samantha) Ah não é? (risos)... E aí a gente ficou enrolando, enrolando. A gente enrolou o que? (perguntando para Roberta) Quase um ano né?



(Roberta) Bastante tempo.

(Samantha) Meio de preguiça e meio de medo assim também porque dava um pouco né? Naquela época!

(Roberta) A gente não sabia direito como fazer.

(Samantha) É não sabíamos nada. A gente não tinha idéia. Aí um dia eu tinha voltado do curso. Eu estava fazendo curso e ela estava morando em casa um tempo. Eu voltei do curso e ai a gente começou a falar: Vamos gravar, vamos gravar, vamos gravar. Tem que ser agora tem que ser agora, tem que se agora. A gente gravou e ai ela criou o nome. Foi meio assim sabe? Foi meio corrido. A gente criou o nome fazendo o vlog.

(Roberta)... Fazendo o piloto.

(Samantha) Mas demorou quase um ano para sair o primeiro.


(Elizeu) O primeiro vídeo?

(Samantha) É desde o começo de: Vamos gravar, vai ser divertido.

(Roberta) Vamos fazer um vlog. Não tem um vlog lésbico! Não tem ninguém que fale diretamente para as pessoas.

(Samantha) Porque na real eu tinha visto uma reportagem sobre os grupos gays de meninos e um deles me chamou muita atenção que era um grupo para andar de bicicleta, mas só de meninos gays, não tinha uma menina lá no meio, quer dizer, o meio lésbico não conseguia se juntar pelo menos para fazer isso. A gente começou com tudo isso para tentar juntar um pouco mais essas pessoas sabe? Sei lá... Foi uma tentativa.
(Elizeu) Igual este material de hoje né? Também é muito novo, a gente não achou.

(Samantha) É então, fica mais difícil se você não tem onde procurar.


(Dalva) Eu queria saber do tema. Vocês recebem muitos emails de meninas comentando da vida delas? É assim que surge um tema ou não?

(Roberta) Às vezes! Por exemplo, um dos vídeos mais legais na nossa opinião, chama-se “Recadinho aos pais”. Este veio por meio de uma menina que os pais haviam descoberto que ela estava com uma outra menina e simplesmente tiraram a menina da faculdade, da cidade, telefone, email, acesso a tudo porque ela não podia ser gay, não podia participar de mais nada.

(Samantha) Mas vira e mexa acontece da gente começar conversar e sair o vídeo. Porque na verdade a gente grava quase... Às vezes uma hora, às vezes um pouco mais. Fica a média de uma média de quarenta e cinco minutos até uma hora e meia.


(Dalva) E são muitos emails que vocês recebem ou não? Pelo o que vi, vocês viraram um ícone para as meninas. Pras meninas adolescentes que estão se descobrindo agora vocês são referência!

(Samantha) É... A gente recebe bastante perguntas tipo: “Estou apaixonada pela minha melhor amiga que é hétero. O que é que eu faço? A gente nunca passou por isso, a gente não faz idéia do que você deve fazer, mas temos que dar uma resposta. Porque se eu estivesse perguntando a gente imagina dessa forma. Se estivéssemos muito em dúvida e tivesse alguém para perguntar lá trás. Talvez para a gente teria sido mais fácil . Às vezes a gente responde e às vezes não sabemos. Desculpa a gente não passou por isso, mas de repente você pode ir por ali, por aqui. (risos).

(Roberta) A gente deixa claro que é nossa opinião e que aquilo não é a maior verdade para ela seguir. Às vezes a idéia vem peloTwitter, pelo Formspring que são os canais que a gente tem de comunicação com as pessoas que assistem o vlog, ou até pelo próprio canal. Então por exemplo, o último tem uma que a gente fez sobre profissionais gays. E como se portar no trabalho e tal foi uma menina que mandou pelo twitter pra gente: “Sou fisioterapeuta e alguns dos meus pacientes não querem ser tratados com pessoas gays porque é uma profissão que toca o corpo e tal. O que vocês vêem sobre isso. E a gente fez o vídeo baseado nessa dica da menina.


(Dalva) Daí se fez um manual / Guia do gay? (risos)

(Roberta) Não... Mas assim a gente falou a nossa opinião, tipo: eu não tenho problema, eu não me escondo no trabalho...

(Samantha) Mas tem trabalho que é difícil mesmo! O que a gente sempre tenta pelo menos deixar nos vídeos, isso desde o começo, essa tem a nossa opinião e tem essa outra. A gente mostra as duas e vocês decidem. A gente não tenta impor nada. Acho que só quando a gente ta meio (puta) com algum negócio tipo um " Bolsonaro " da vida. Aí, a gente começa a falar mais e ficar mais inflamada e a querer só nossa própria opnião.

FIM PARTE I

quinta-feira, 12 de maio de 2011

‘Tu deveria ir pra cadeia’, diz senadora a Bolsonaro no Congresso

Marinor Brito (PSOL-PA) arrancou cartilha antigay das mãos de Bolsonaro.‘Tu és homofóbico, criminoso’, atacou Marinor, durante confusão em comissão.

Terminou em confusão na manhã desta quinta-feira (12) a reunião da Comissão de Direitos Humanos do Senado que discutiu o projeto que prevê punições para discriminação de homossexuais.

Presente na reunião, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), crítico das causas homossexuais, tentou exibir um panfleto “antigay” atrás da senadora Marta Suplicy (PT-SP) durante a entrevista que a parlamentar, relatora da matéria, concedia no corredor das comissões do Senado.

A atitude de Bolsonaro irritou a senadora Marinor Brito (PSOL-PA), que iniciou a confusão dando um tapa nas mãos do deputado do PP, na tentativa de arrancar o panfleto exibido por ele.

“Tira isso daqui, rapaz. Me respeita!”, advertiu Marinor, batendo no panfleto de Bolsonaro. “Bata no meu aqui. Vai me bater?”, respondeu Bolsonaro. “Eu bato! Vai me bater?”, rebateu Marinor. “Depois dizem que não tem homofóbico aqui. Tu és homofóbico. Tu deveria ir pra cadeia! Tu deveria ir pra cadeia! Tira isso daqui. Homofóbico, criminoso, criminoso, tira isso daqui, respeita!”, prosseguiu a senadora do PSOL.

Tira isso daqui. Tu és homofóbico. Tu deveria ir para a cadeia. Homofóbico, criminoso, tira isso daqui, respeita"
Senadora Marinor Brito

O panfleto, elaborado pela assessoria de Bolsonaro já havia sido distribuído nas ruas do Rio de Janeiro, e tem como objetivo criticar pontos do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos do Ministério da Educação e Cultura (MEC) como o chamado “kit gay” - filmes e cartilhas contra a discriminação sexual, que o MEC deve começar a distribuir nas escolas de ensino médio no segundo semestre. “Esse material dito didático pelo MEC não vai combater a homofobia, ele vai estimular a homossexualidade lá na base no primeiro grau”, diz Bolsonaro, durante a distribuição no Rio.

Ainda criticando Bolsonaro, a senadora Marinor Brito acusou o deputado do PP de praticar homofobia com dinheiro público, uma vez que os panfletos teriam sido elaborados com verba da Câmara: “Isso foi feito com dinheiro público. É homofobia com dinheiro público. Com dinheiro público. Essa cartilha é homofobia com dinheiro público.”

Diante da confusão, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Paulo Paim (PT-RS) teve de mandar fechar a porta do plenário, para que o exame de outras matérias pudesse ser realizado sem o incômodo barulho.

Marinor Brito
A senadora Marinor Brito disse ao G1 que irá denunciar Bolsonaro à Corregedoria da Câmara por quebra de decoro. A senadora do PSOL também irá conversar com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para solicitar que a procuradoria da Casa acompanhe o caso.

“São ofensas morais, pessoais e estou representando na Corregedoria da Câmara contra ele por quebra de decoro. Ele [Bolsonaro] é misógino. Ele tem aversão à mulher. Não é o primeiro episódio de agressão à mulher, ele incita violência o tempo todo. Então, está caracterizado uma situação de aversão à mulher. Ele não é digno de ter um mandato”, afirmou Marinor.

A senadora disse que irá protocolar a denúncia na Corregedoria da Câmara na próxima semana.

Bolsonaro
Por conta das posições polêmicas em relação aos homossexuais, o deputado Jair Bolsonaro já responde a cinco processos na Corregedoria da Câmara. Os procedimentos, colocados sob a responsabilidade do corregedor Eduardo da Fonte (PP-PE), pedem que Bolsonaro seja levado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa sob acusação de práticas de racismo e homofobia.

Sobre a confusão com a senadora do PSOL, o deputado afirmou que irá sugerir a elaboração de um projeto para aplicar punições para discriminação de heterossexuais e ainda provocou Marinor: “Ela [Marinor] não pode ver um heterossexual perto dela que sai batendo. Ela não pode ver um macho que fica louca. Tem que ter um projeto para criminalizar o preconceito hetero.”

Projeto
O projeto prevê punições para quem impedir manifestações de afetividade entre pessoas homossexuais em locais públicos, quem recusar ou sobretaxar a compra ou a locação de imóveis em razão de preconceito, ou quem, pelo mesmo motivo, prejudicar recrutamento, promoção profissional ou seleção educacional.

O senador Magno Malta (PR-ES) fez duras críticas ao texto: “Se você não der emprego para homossexual, você vai preso. Se você demitir, vai preso. Se você não admitir, também tem cadeia para você. Se você não aceitar gesto afetivo, também tem cadeia. Estavam tentando criar um império homossexual, uma casta diferenciada no Brasil. O que precisamos é respeitar essas pessoas.”

Na reunião da comissão, o impasse em torno da matéria fez com que a relatora, Marta Suplicy (PT-SP), retirasse a proposta da pauta para ampliar o debate com setores contrários ao texto. A votação na comissão estava prevista para acontecer nesta quinta.

Ao justificar a retirada da matéria, Marta argumentou ter ficada impressionada com a rejeição por parte de igrejas cristãs, diante do temor de que a proposta poderia restringir liberdades de culto e de expressão. O debate na comissão foi acompanhado por militantes dos movimentos de defesa dos direitos dos homossexuais e por representantes de entidades contrárias ao projeto.

Marta ainda incluiu no texto punições para a discriminação de idosos e de pessoas com deficiência e a especificação de que a pena de três anos de detenção para quem "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito" não se aplica à "manifestação pacífica de pensamento decorrente de atos de fé, fundada na liberdade de consciência e de crença".

Caso passe na Comissão de Direitos Humanos do Senado, o projeto seguirá para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e, se aprovado, para o plenário da Casa. Se for aprovada pelos senadores, a matéria retornará à Câmara, uma vez que foi modificada pelos senadores.

domingo, 8 de maio de 2011

Luciana Vendramini protagoniza beijo lésbico no SBT

A novela "Amor e Revolução", do SBT, vai mostrar um beijo lésbico entre as personagens Dra. Marcela (Luciana Vendramini) e Marina (Giselle Tigre).

Marcela conta para Marina que tem uma amiga homossexual que está interessada nela. Em sua sala, na redação do jornal "O Brasileiro", Marina pergunta se por acaso essa mulher é a própria Marcela, que fica desconcertada.

A advogada teme perder a melhor amiga por conta da confissão, mas revela sua paixão por Marina.

Marcela, então, pede um beijo à amiga. Após o beijo, Marcela pergunta se tem alguma chance, mas Marina fica reticente.

O beijo vai ao ar nesta quarta-feira.

Lourival Ribeiro/Divulgação/SBT
Marcela e Marina trocam beijo em "Amor e Revolução"
Marcela e Marina trocam beijo em "Amor e Revolução"

sexta-feira, 6 de maio de 2011


Ache muito massa este projeto... e pra comemorar nossa as nova vitória de ontem, vamos todas hoje pro Mercado do Peixe às 20:00 e levavaremos nossa plaquinha pra participar deste projeto.
Afinal hoje será uma SEXTA-FEIRA mais q especial pra todas nós.
Conto com a presença de todas vcs... chegando lá é só me ligar: (71) 9271-7624

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Uhuuuu... Mais uma VITÓRIA contra a HOMOFOBIA


Supremo reconhece união estável de homossexuais

Casais gays podem ter assegurados direitos, como pensão e herança.
Em decisão unânime, ministros do STF defenderam os direitos de gays.

Débora SantosDo G1, em Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, por unanimidade, nesta quinta-feira (5) a união estável entre casais do mesmo sexo como entidade familiar. Na prática, as regras que valem para relações estáveis entre homens e mulheres serão aplicadas aos casais gays. Com a mudança, o Supremo cria um precedente que pode ser seguido pelas outras instâncias da Justiça e pela administração pública.

O presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, concluiu a votação pedindo ao Congresso Nacional que regulamente as consequência da decisão do STF por meio de uma lei. “O Poder Legislativo, a partir de hoje, tem que se expor e regulamentar as situações em que a aplicação da decisão da Corte seja justificada. Há, portanto, uma convocação que a decisão da Corte implica em relação ao Poder Legislativo para que assuma essa tarefa para a qual parece que até agora não se sentiu muito propensa a exercer”, afirmou Peluso.

De acordo com o Censo Demográfico 2010, o país tem mais de 60 mil casais homossexuais, que podem ter assegurados direitos como herança, comunhão parcial de bens, pensão alimentícia e previdenciária, licença médica, inclusão do companheiro como dependente em planos de saúde, entre outros benefícios.

Em mais de dez horas de sessão, os ministros se revezaram na defesa do direito dos homossexuais à igualdade no tratamento dado pelo estado aos seus relacionamentos afetivos. O julgamento foi iniciado nesta quarta-feira (4) para analisar duas ações sobre o tema propostas pela Procuradoria-Geral da República e pelo governo do estado do Rio de Janeiro.

Em seu voto, o ministro Ayres Britto, relator do caso, foi além dos pedidos feitos nas ações que pretendiam reconhecer a união estável homoafetiva. Baseada nesse voto, a decisão do Supremo sobre o reconhecimento da relação entre pessoas do mesmo sexo pode viabilizar inclusive o casamento civil entre gays, que é direito garantido a casais em união estável.

A diferença é que a união estável acontece sem formalidades, de forma natural, a partir da convivência do casal, e o casamento civil é um contrato jurídico formal estabelecido entre suas pessoas.

A lei, que estabelece normas para as uniões estáveis entre homens e mulheres, destaca entre os direitos e deveres do casal o respeito e a consideração mútuos, além da assistência moral e material recíproca.

Efeitos da decisão
A extensão dos efeitos da união estável aos casais gays, no entanto, não foi delimitada pelo tribunal. Durante o julgamento, o ministro Ricardo Lewandowski foi o único a fazer uma ressalva, ao afirmar que os direitos da união estável entre homem e mulher não devem ser os mesmos destinados aos homoafetivos. Um exemplo é o casamento civil.

“Entendo que uniões de pessoas do mesmo sexo, que se projetam no tempo e ostentam a marca da publicidade, devem ser reconhecidas pelo direito, pois dos fatos nasce o direito. Creio que se está diante de outra unidade familiar distinta das que caracterizam uniões estáveis heterossexuais”, disse Lewandowski.

“Não temos a capacidade de prever todas as relações concretas que demandam a aplicabilidade da nossa decisão. Vamos deixar isso para o caso a caso, nas instâncias comuns. A nossa decisão vale por si, sem precisar de legislação ou de adendos. Mas isso não é um fechar de portas para o Poder Legislativo, que é livre para dispor sobre tudo isso”, afirmou o relator do caso, ministro Ayres Britto.

"Esse julgamento marcará a vida deste país e imprimirá novos rumos à causa da homossexualidade. O julgamento de hoje representa um marco histórico na caminhada da comunidade homossexual. Eu diria um ponto de partida para outras conquistas", afirmou o ministro Celso de Mello.

Julgamento

No primeiro dia de sessão, nove advogados de entidades participaram do julgamento. Sete delas defenderam o reconhecimento da união estável entre gays e outras duas argumentaram contra a legitimação.

A sessão foi retomada, nesta quinta, com o voto do ministro Luiz Fux. Para ele, não há razões que permitam impedir a união entre pessoas do mesmo sexo. Ele argumentou que a união estável foi criada para reconhecer “famílias espontâneas”, independente da necessidade de aprovação por um juiz ou padre.

“Onde há sociedade há o direito. Se a sociedade evolui, o direito evolui. Os homoafetivos vieram aqui pleitear uma equiparação, que fossem reconhecidos à luz da comunhão que tem e acima de tudo porque querem erigir um projeto de vida. A Suprema Corte concederá aos homoafetivos mais que um projeto de vida, um projeto de felicidade”, afirmou Fux.

“Aqueles que fazem a opção pela união homoafetiva não podem ser desigualados da maioria. As escolhas pessoais livres e legítimas são plurais na sociedade e assim terão de ser entendidas como válidas. (...) O direito existe para a vida não é a vida que existe para o direito. Contra todas as formas de preconceitos há a Constituição Federal”, afirmou a ministra Cármen Lúcia.

Preconceito
O repúdio ao preconceito e os argumentos de direito à igualdade, do princípio da dignidade humana e da garantia de liberdade fizeram parte das falas de todos os ministros do STF.

“O reconhecimento hoje pelo tribunal desses direitos responde a grupo de pessoas que durante longo tempo foram humilhadas, cujos direitos foram ignorados, cuja dignidade foi ofendida, cuja identidade foi denegada e cuja liberdade foi oprimida. As sociedades se aperfeiçoam através de inúmeros mecanismos e um deles é a atuação do Poder Judiciário”, disse a ministra Ellen Gracie.

“Estamos aqui diante de uma situação de descompasso em que o Direito não foi capaz de acompanhar as profundas mudanças sociais. Essas uniões sempre existiram e sempre existirão. O que muda é a forma como as sociedades as enxergam e vão enxergar em cada parte do mundo. Houve uma significativa mudança de paradigmas nas últimas duas décadas”, ponderou Joaquim Barbosa.

O ministro Gilmar Mendes ponderou, no entanto, que não caberia, neste momento, delimitar os direitos que seriam consequências de reconhecer a união estável entre pessoas do mesmo sexo. “As escolhas aqui são de fato dramáticas, difíceis. Me limito a reconhecer a existência dessa união, sem me pronunciar sobre outros desdobramentos”, afirmou.

Para Mendes, não reconhecer o direitos dos casais homossexuais estimula a discriminação. “O limbo jurídico inequivocamente contribui para que haja um quadro de maior discriminação, talvez contribua até mesmo para as práticas violentas de que temos noticia. É dever do estado de proteção e é dever da Corte Constitucional dar essa proteção se, de alguma forma, ela não foi engendrada ou concedida pelo órgão competente”, ponderou.

Duas ações
O plenário do STF concedeu, nesta quinta, pedidos feitos em duas ações propostas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo governo do estado do Rio de Janeiro.

A primeira, de caráter mais amplo, pediu o reconhecimento dos direitos civis de pessoas do mesmo sexo. Na segunda, o governo do Rio queria que o regime jurídico das uniões estáveis fosse aplicado aos casais homossexuais, para que servidores do governo estadual tivessem assegurados benefícios, como previdência e auxílio saúde.

O ministro Dias Toffoli não participou do julgamento das ações. Ele se declarou impedido de votar porque, quando era advogado-geral da União, se manifestou publicamente sobre o tema.

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