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sábado, 20 de novembro de 2010

Mãe... só tem uma? Que tal 2?

Filhos de lésbicas têm menos problemas de autoestima e confiança…

Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (7) na Pediatrics mostra que, em média, os filhos de casais de lésbicas têm menos problemas de autoestima e confiança, vão melhor na escola e têm menos risco de desenvolver
distúrbios comportamentais, como agressividade.
O resultado surpreendeu os pesquisadores, Nanette Gartrell, professora de psiquiatria da Universidade da Califórnia, e Henry Bos, cientista comportamental da Universidade de Amsterdã, como descreve uma reportagem da Time. Eles esperavam encontrar resultados semelhantes a
os de pesquisas anteriores, que mostravam que a orientação sexual dos pais não influenciava o desenvolvimento e as relações sociais das crianças. Mas acabaram notando que as crianças que haviam crescido em um lar lésbico, apenas com a mãe homossexual ou com a mãe e sua parceira, tinham melhores resultados em alguns quesitos do que aquelas criadas em lares heterossexuais.
O estudo de Gartrell e Bos acompanhou 84 famílias de lésbicas desde 1986. As mães responderam a questões sobre os relacionamentos, o comportamento e o desempenho acadêmico de seus filhos em cinco vezes, em anos diferentes. Os pesquisadores também entrevistaram as crianças quando elas completavam 10 anos e, quando tinham 17, elas também responderam a questionários sobre seus relacionamentos com os colegas e comportamento.
Crescer numa família diferente da tradicional não é exatamente fácil: 41% das crianças disseram ter sofrido algum tipo de discriminação por causa da situação. Mas o peso do preconceito diminuía conforme as crianças cresciam. Aos 17 anos, elas não eram mais estressadas do que os adolescentes criados em lares heterossexuais.
Os pesquisadores não entenderam muito o resultado da pesquisa – não estavam esperando encontrar qualquer diferença –, mas arriscam uma explic
ação. “As mães estão mais envolvidas na vida das crianças”, disse Gatrell. “E isso é sempre uma boa receita para garantir um desenvolvimento saudável. Estar presente, conversar sempre, ir à escola, ver o que está acontecendo por lá é muito, muito importante”.
É muito cedo para tirar conclusões sobre o efeito da orientação sexual dos pais na criação dos filhos – poucas famílias foram estudadas e poucos estudos são de longo prazo, como esse. Mas não deixa de ser interessante notar que a maioria das pesquisas não encontrou nenhuma diferença no desenvolvimento de crianças criadas em lares hétero e homo e que o estudo publicado hoje sugere até uma certa vantagem.
Lendo sobre a pesquisa me lembrei do caso de Munira Khalil El Ourra e Adriana Tito Maciel (foto), que tiveram gêmeos e lutavam para registrá-los no nome de ambas. E da decisão do Superior Tribunal de Justiça, que reconheceu o direito de adoção para casais de mesmo sexo.
A Justiça e a ciência estão do lado dos pais de qualquer orientação sexual que sejam capazes de criar com amor e cuidado seus filhos naturais ou adotados.
Mas, ao que parece, uma boa parte população brasileira reluta em aceitar essas novas famílias. Segundo uma pesquisa feita pelo Datafolha e divulgada no começo deste mês, 51% dos brasileiros acham que os gays não devem ter direito de adotar uma criança.

Crianças criadas por lésbicas têm menos chances de sofrerem de depressão e anorexia.

De acordo com estudo da Universidade de Copenhague, filhos de lésbicas têm menos possibilidades de desenvolver doenças psíquicas do que crianças que cresceram com pais heterossexuais.

A pesquisa concluiu que 5% das crianças de família heterossexual desenvolveram condições como depressão e anorexia entre 1992 e 2008, em oposição a 2% das crianças que foram criadas por duas mães.

Merete Lauberg, do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Copenhague, disse que uma razão para essa diferença seria que mães lésbicas encontram mais resistência em suas vidas do que pais homossexuais. “Resistência faz você mais forte, e isso pode ser passado para os filhos”, afirmou.

Outra razão é que as mães lésbicas se esforçam mais para terem filhos, segundo o psiquiatra Per Hove Thomsen: “Vários pais encontram dificuldades para gerar filhos, mas mães lésbicas encontram dificuldades particulares. As lésbicas tiveram que fazer esforços extras para ficarem grávidas e isso pode ter tido efeito nas crianças.”

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